Ah, maio! O mês em que a gente se derrete em homenagens para as mães. Flores, cartões, chocolates e aquele almoço de domingo que, convenhamos, só a mãe faz igual.
Mas, e se eu te contar que maio também é o mês das sereias? Pois é! Para quem não sabe, existe uma onda global chamada "Mermay" (de "Mermaid May"), onde artistas e entusiastas de todo o mundo criam e compartilham suas sereias durante todo o mês. Coincidência? Eu diria que não. Há algo intrinsecamente maternal no universo aquático das sereias.
Pense bem: o que uma mãe tem que não seja um pouco sereia? Ela tem aquele canto hipnotizante que nos faz largar tudo para ir ajudar nas tarefas de casa ou para ouvir um conselho. Tem a força da água, que a faz mover mundos para proteger seus filhos, mesmo que pareça estar "nadando contra a corrente" todos os dias. E aquela beleza misteriosa que só a maternidade confere, cheia de sabedoria, de resiliência e, quase sempre, um sorriso acolhedor capaz de acalmar qualquer tempestade.
Assim como as sereias, as mães vivem em dois mundos: o mundo real, cheio de boletos, fraldas, lição de casa e louça para lavar, e um mundo mágico onde elas transformam abraços em curativos, histórias de ninar em portais para sonhos e broncas em lições de vida.
Elas carregam a sabedoria ancestral do oceano em seus olhos e a fertilidade da terra em seus cuidados. Não é à toa que tanto o mar quanto a mãe são associados à origem da vida, à nutrição e à proteção.
Essa conexão profunda entre sereias e maternidade não é exclusividade do Mermay. Ela pulsa forte em diversas culturas e mitologias, especialmente nas figuras que tanto nos encantam em nosso próprio folclore.
Quem nunca ouviu falar de Iemanjá? A "Rainha do Mar" é um orixá diretamente ligado à fertilidade, à maternidade e à proteção das crianças. No sincretismo, ela é frequentemente representada como uma sereia majestosa, com seus cabelos longos e sua cauda imponente. Seu próprio nome, "Yéyé Omó Ejá", do iorubá, significa "mãe cujos filhos são peixes". Iemanjá é a mãe protetora, a que acolhe e nutre, um verdadeiro berço de vida que flutua nas águas.
E a Iara, a nossa "Mãe D'Água" das lendas amazônicas? Embora muitas vezes retratada como uma sedutora de homens, seu nome e essência a ligam diretamente ao elemento materno da água. Há lendas onde ela assume um papel de cuidado e proteção, "adotando" e zelando por crianças perdidas nos rios, mostrando que mesmo em sua dualidade, o instinto materno pode aflorar.
Pouco conhecida por aqui, mas igualmente poderosa, é a Kianda, uma sereia venerada em Angola. Ela não é apenas uma entidade aquática, mas uma divindade associada à fecundidade e à proteção das crianças, sendo até mesmo ligada ao nascimento de gêmeos. Kianda representa a abundância e a capacidade de gerar e sustentar a vida que a água oferece, um reflexo perfeito da essência materna.
Essas figuras míticas nos mostram que a sereia é muito mais do que um ser metade peixe. Ela é um arquétipo da força feminina, da conexão com a natureza, da sedução e, sim, da maternidade em suas diversas manifestações: a provedora, a protetora, a nutriz.
Da próxima vez que você vir uma mãe correndo de um lado para o outro, lembre-se: ela não está apenas fazendo malabarismos com a rotina; ela está performando a sua própria dança aquática, como uma sereia em terra firme, cuidando de seu pequeno cardume.
Para celebrar essa mágica e profunda conexão entre mães, água e seres encantados, temos um convite muito especial! Mergulhe de cabeça no "Encanto das Sereias: Cores, Curtas e Cultura em Serra Negra".
Será um evento gratuito e imperdível na Residência Artística, de 26 a 30 de maio, onde você poderá apreciar a beleza e o mistério dessas criaturas.
Prepare-se para se encantar! Você verá as sereias de Iemanjá, Iara, Kianda e tantas outras, representadas em belíssimas pinturas em exposição e ganhando vida em curtas-metragens que vão te transportar para o mundo mágico das águas.
Informações pelo Whatsapp: 11 982946468.
